quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

[...] fico a te observar [...]

[...] 
“A maneira como você transpõem palavras congelam o tempo e eu estou aqui sentada nesse sofá e te observando extasiada, "como você é linda!" E não se trata do que os meus olhos veem é muito além disso. Eu estou marcando seus movimentos em silêncio, gravando seus passos, a forma como você traga o cigarro e libera a fumaça como se através da janela do apartamento, ela fosse encontrar o mar. Observo o seu cuidado com os detalhes, como cada uma das coisas foram matematicamente calculadas para que aquele momento entre nós fosse único. A meia luz estampando a sombra dos livros na parede, o vinho de graduação alcoólica ideal o bastante para nos deixar soltas, mas não embriagadas. "como você me cativa a ponto de me deixar vulnerável!" Não tenho tanta certeza se gosto de ser vulnerável assim, mas no fundo tudo isso é medo. Medo de que você me roube e não devolva mais ao mundo, medo de que você seja gentil demais, cafajeste demais, sincera demais. Mas ao mesmo tempo algo sobre você me traz uma paz e uma vontade de vencer o mundo gigantesca. Como volto para o agora se a mente e o coração de dividem, entre a realidade e a fantasia? Me responde como esquecer? Como soltar os pés? Como se libertar? Se eu não posso esquecer do olhar, de como sua pele é macia, de como seu cabelo cai no rosto toda vez que fala, não sai da minha mente o movimento que seu rosto faz toda vez que sorri e a forma como ele revela a beleza das suas covinhas. Eu passaria horas viajando no seu mundo e em todos os relatos, do quanto sua vida até hoje foi abençoada. Eu daria minha vida toda a você! Todos os meus medos para você zelar, jogaria na mesa todos os meus planos de futuro, para que nossas histórias pudessem se complementar, daria a você o meu sobrenome, minha aposentadoria, todas as minhas lagrimas e meus melhores sorrisos, faria serenatas inesperadas e te juro não haveria um dia sequer que eu não lhe daria bom dia sem lhe chamar de Princesa, você restabelece toda a minha fé na vida e principalmente minha fé no amor, tudo isso pode ser muito maior."

 [...]

Não deseje jamais sair. 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Sob a fresta da porta [...]

E se, pudéssemos todos os dias acordar vendo nossos rostos despertar do sono, com a cara amassada consumida pela preguiça? E se, ficássemos pela cama olhando a janela, somente vislumbrando o dia virar noite novamente, invés de sair? E se, pudêssemos ter o privilégio de ser a primeira a ouvir uma voz da outra toda manhã, se pudesse descobrir o tom dela de quando o sono não basta, de quando o sono passou do ponto, a voz mansa querendo fazer amor ou até furiosa porque durante a noite toda batalhamos pelas cobertas? E se, todas as noites, a noite pudesse virar dia, envolta em nossas conversas? E se eu conhecer seus "ismos" e decifrar todas as coisas que em ti, que não são expressas em palavras? E se, eu pudesse traduzir você vivendo? se pudesse conhecer tuas manias que vão me tirar do sério e todas as qualidades, as quais terei certeza que sou a mulher mais sortuda desse mundo por ter você. Conhecer você, é juntar todas as peças do quebra cabeça que compõem sua vida e poder organiza-las em um mosaico construído sobre muito zelo. Ao mesmo tempo que tu és maresia tocando a pele no fim de noite és também brasa prestes a começar um incêndio. Toda essa fala mansa, me seduz lentamente e de forma despercebida, toda essa história me vira do avesso e me faz romper barreiras que nunca rompi. Nossas conversas param o relógio e todos os segundos que constituem o tempo tornam-se horas em um piscar dos olhos e por mais inusitado que soe, todo esse sentimento é libertador. E se for você? Será eu também? [...]