Você sorriu, se
apresentou e no mesmo instante senti, toda a minha atmosfera sumir, como isso
poderia acontecer? Nossos corpos se encontraram, você me abraçou, só me
abraçou, mas eu senti meu corpo inteiro se arrepiar, porque eu estava sentindo
isso? A noite começou, todos conversavam, se conheciam, mas nenhuma conversa me
interessava, só o que eu conseguia pensar era em você, lhe observava... feito
um monge calmo, fiel a virgem Maria. Lhe olhava secretamente com devoção,
observava cada palavra emitida por seus lábios, gravava cada sorriso, cada
mexida no cabelo, cada instante seu naquela sala. Perdi meu ar. Não poderia
estar perdendo ele assim... não naquela noite. Tentei negar o que
estava sentindo... não poderia deixar transparecer que tudo o que mais pensava,
era que precisava lhe conhecer. Saímos todos, rumo a alguma festa, Diziam
todos, que a música estava ótima, eu concordava com a cabeça... por educação.
Mas não escutava a música, me falavam que o bar estava cheio, mas eu não
conseguia ver ninguém além de você ali. Eu comecei a suar frio, porque
eu estava tão nervosa assim!? Eu via você se divertindo e eu ali, totalmente
estupefata, petrificada o que eu não conseguia entender era porque eu estava
assim tão nervosa? De alguma forma você me viu. Notou que eu estava diferente
de todos, me portava impaciente, não enxergou copo em minhas mãos, muito menos
a postura de quem estaria ali tentando conquistar alguém, algo lhe causou estranheza e fez com que viesse até a mim.... neste instante meu coração parou pela primeira vez. "Você não
bebe!?" - disse, sorrindo para mim. "Não, não... quer dizer bebo sim, mas
hoje não posso" - Balbuciei sem perceber. "Você está bem... sei lá,
parece meio tensa" - falou olhando firme como se visse minha alma
pelos olhos" "Estou sim, só está meio quente aqui dentro " -
sorri nervosamente passando a mão na gola da camisa, tentando aumentar
de alguma forma o oxigênio que passava pelos meus pulmões, ficamos ali... nós
dois conversando por horas, como se estivéssemos entrado em transe e o salão
houvesse ficado vazio. Naquele momento entendi, eu havia conhecido o Amor da
minha vida! Entrei em pânico, não poderia estar sentindo tudo aquilo... meu
coração batia tão forte, que parecia que ia sair pela boca, minha respiração
tentava acompanhar ele... eu ofegava. Você percebeu que algo acontecia, porque
a cada instante que se aproximava de mim... eu erubescia, eu sentia seu perfume
entrando por minhas narinas e erubescia. Eu me sentia
despida diante de seu olhar, seus olhos me prendiam, magnéticos, hipnotizantes,
delicados. Eu estava entregue, vulnerável, completamente apaixonada. Saímos
daquele bar, nos despedimos e desde então, venho lhe amando secretamente, não
sei o seu nome verdadeiro, nem onde moras, a única coisa que eu sei realmente
sobre você é que seu perfume era a hipnose.