terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Capitulo XI - Vinteeoito - Ensaios do Desejo

Como suportar o desejo.... Se ele corroe nossas veias. Seu sangue se uniu ao meu, sua pele acariciou a minha por tantas noites, que agora ela já não sabe o que é ter o próprio calor. Sua malicia, roubou minha inocência para si e a fagocitou feito um antígeno estranho a corrente, tornou-me tua e só tua. Seu sorriso trouxe o sol a terra, fez florescer a flora e a fauna desejar a vida. Seu perfume emana pelo vento, mimetiza a paz e toda a segurança de uma mãe ao filho no ventre. Seu abraço se torna fortaleza, e não há homem bravo ou Herculano o bastante para penetrar-se nele, Juntas eu e você, nos tornamos, um. Usamos o santo nome em vão, blasfemamos a sorte, o acaso tornou-se nosso aliado, assim como o universo conspira a nosso favor. Ensaiamos o beijo, mas os lábios não podem se tocar, o corpo que conhecia a presença, hoje conhece a falta, vivencia o desejo, fita os lábios e o corpo com cobiça. O abraço atiça os corpos, traz o fogo à pele, mas ele há de continuar queimando, pois não será apagado. Já não consigo suportar ver seus beijos em outras bocas. Imaginar seus abraços em outros enlaços, sua pele aquecendo outros corpos, seu sorriso iluminando o caminho de cegos. Eu lhe amo, e te amar tanto assim... me faz levantar da cama. "