Quando Deus criou as flores estabeleceu a elas o
livre arbítrio de escolher sua própria cor, ele idealizou as sementes e com
ternura vos soprou a vida, dando a elas o poder de encantar a quem fosse sensível
o bastante para reconhecer o seu valor. Dentre estas sementes existiu uma
pequena sementinha, muito rebelde, que era apaixonada pelo arco-íris, a
pequenina sempre pensou que era injusto ter que escolher uma só cor para viver,
se todas as cores eram lindas e únicas. Desde pequena, planejou se desprender
de sua flor mãe em busca de sua própria essência colorida... pois
acreditava que nada ali poderia lhe impulsionar a encontrar o vigor verdadeiro
de sua existência e assim o fez. A
sementinha tomou carona com o vento, e chegou em uma cidade campina onde os
pássaros falavam que havia muito espaço para que ela pudesse se estabelecer
flor, entretanto, depois de algum tempo percebeu, que neste Jaraguá algo também
lhe faltava, como em meio a tantas cores, ela poderia ser especial? Decidiu então
migrar para a cidade do cinza e sobreviveu por anos tentando entender porque
flor alguma crescia ali, ela lutou e tentou achar o sol em meio a tantas
barreiras, até o momento que percebeu que sua jornada lhe ensinava algo muito
valioso. A pequena semente percebeu que dentro
de sua natureza Deus havia lhe feito perfeita e independente de como ela se
apresenta-se ao mundo, o que importava mesmo, era como ela se sentia em relação
a isto, finalmente havia reconhecido que sua essência era sua verdadeira
Cor e que a vida inteira ela buscou respostas, para as perguntas alheias. O mundo havia a deixado confusa e cega para si mesma, mas agora ela estava ciente de quem ela é e que nada nem ninguém iria lhe fazer esquecer quão rara era a sua existência. A sementinha cumpriu sua jornada e agora regressa para casa, finalmente pronta para se tornar Flor.