sexta-feira, 10 de junho de 2016

Capitulo XXIII - Semiótica

              Quando Deus criou as flores estabeleceu a elas o livre arbítrio de escolher sua própria cor, ele idealizou as sementes e com ternura vos soprou a vida, dando a elas o poder de encantar a quem fosse sensível o bastante para reconhecer o seu valor. Dentre estas sementes existiu uma pequena sementinha, muito rebelde, que era apaixonada pelo arco-íris, a pequenina sempre pensou que era injusto ter que escolher uma só cor para viver, se todas as cores eram lindas e únicas. Desde pequena, planejou se desprender de sua flor mãe em busca de sua própria essência colorida... pois acreditava que nada ali poderia lhe impulsionar a encontrar o vigor verdadeiro de sua existência e assim o fez. A sementinha tomou carona com o vento, e chegou em uma cidade campina onde os pássaros falavam que havia muito espaço para que ela pudesse se estabelecer flor, entretanto, depois de algum tempo percebeu, que neste Jaraguá algo também lhe faltava, como em meio a tantas cores, ela poderia ser especial? Decidiu então migrar para a cidade do cinza e sobreviveu por anos tentando entender porque flor alguma crescia ali, ela lutou e tentou achar o sol em meio a tantas barreiras, até o momento que percebeu que sua jornada lhe ensinava algo muito valioso. A pequena semente percebeu que dentro de sua natureza Deus havia lhe feito perfeita e independente de como ela se apresenta-se ao mundo, o que importava mesmo, era como ela se sentia em relação a isto, finalmente havia reconhecido que sua essência era sua verdadeira Cor e que a vida inteira ela buscou respostas, para as perguntas alheias. O mundo havia a deixado confusa e cega para si mesma, mas agora ela estava ciente de quem ela é e que nada nem ninguém iria lhe fazer esquecer quão rara era a sua existência. A sementinha cumpriu sua jornada e agora regressa para casa, finalmente pronta para se tornar Flor.