Quantos adeus existem até o adeus verdadeiro, quanto sofrimento persiste
até que possamos dizer chega! quanto tempo leva até os olhos secarem e
decidirmos que o amor se finda? Em que momento a fala para? E a voz desiste do
som? O que nos leva a persistir em algo que já sabemos hoje que não existe mais
porque estar? De que forma nos livramos das pequenas coisas? Do gosto do café?
Do sorriso ao ouvir sua voz me desejando bom dia? Como se livrar da memória e
do conforto de seu abraço e como pensar neles me deixava muito mais corajosa...
eu sinto sua falta e sei que sentirei para sempre ela. Mas existe algo em mim
que me pede para seguir em frente mas ao mesmo tempo, pensar em você me faz
querer ficar. Entendo que cada um vive a historia que escolhe viver, mas é
complexo se livrar de um sentimento forte, o tempo torna relevante e por muitas
vezes cura algumas feridas, mas este é um trabalho minucioso da consciência e
de muita paciência; Mesmo que eu diga em voz alta que deixei de lado o que
tínhamos, secretamente penso como seria nossa vida, mas entendo que sonhei por mim e não por nós, nossos objetivos se distanciaram e isso nos corroeu durante os anos. Compreendo que
todas as feridas que criamos impossibilitam a existência de algum laço. Durante meu silencio escolhi calar meus medos, expus minhas cicatrizes e permiti que elas me lembrassem do porque me permiti sangrar e tornei isso um objeto de consciência dos meus limites. Não usarei de minha energia para lhe esquecer, eu a usarei para seguir minha vida em frente, ninguém escreverá minha
historia se eu não fizer isso por mim mesma. Você queria minhas ultimas palavras... então lhe digo, agradeço ao destino pelo tempo vivido, pelos
sorrisos, as palavras e o conforto de um bom abraço, tivemos dias de glória mas nos permitimos derrotar e nos fadamos ao fracasso. Vivi uma nova vida ao seu lado, de muitos obstáculos, mas durante estes anos, desabrochei, me tornei mulher, descobri
quem sou e o que quero e o não quero mais em minha vida. Merecemos mais do que
somos, ambos descobrimos que nossas diferenças já não nos tornavam especiais e
sim distantes. O que espero de ti somente, é que viva uma boa vida, que sejas
feliz e grata por tudo que tens... Pois eu também viverei assim. Hoje você sai do meu coração, pois mereço um novo amor.
domingo, 13 de dezembro de 2015
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Capitulo XXX - O Começo da Opera
Você sorriu, se
apresentou e no mesmo instante senti, toda a minha atmosfera sumir, como isso
poderia acontecer? Nossos corpos se encontraram, você me abraçou, só me
abraçou, mas eu senti meu corpo inteiro se arrepiar, porque eu estava sentindo
isso? A noite começou, todos conversavam, se conheciam, mas nenhuma conversa me
interessava, só o que eu conseguia pensar era em você, lhe observava... feito
um monge calmo, fiel a virgem Maria. Lhe olhava secretamente com devoção,
observava cada palavra emitida por seus lábios, gravava cada sorriso, cada
mexida no cabelo, cada instante seu naquela sala. Perdi meu ar. Não poderia
estar perdendo ele assim... não naquela noite. Tentei negar o que
estava sentindo... não poderia deixar transparecer que tudo o que mais pensava,
era que precisava lhe conhecer. Saímos todos, rumo a alguma festa, Diziam
todos, que a música estava ótima, eu concordava com a cabeça... por educação.
Mas não escutava a música, me falavam que o bar estava cheio, mas eu não
conseguia ver ninguém além de você ali. Eu comecei a suar frio, porque
eu estava tão nervosa assim!? Eu via você se divertindo e eu ali, totalmente
estupefata, petrificada o que eu não conseguia entender era porque eu estava
assim tão nervosa? De alguma forma você me viu. Notou que eu estava diferente
de todos, me portava impaciente, não enxergou copo em minhas mãos, muito menos
a postura de quem estaria ali tentando conquistar alguém, algo lhe causou estranheza e fez com que viesse até a mim.... neste instante meu coração parou pela primeira vez. "Você não
bebe!?" - disse, sorrindo para mim. "Não, não... quer dizer bebo sim, mas
hoje não posso" - Balbuciei sem perceber. "Você está bem... sei lá,
parece meio tensa" - falou olhando firme como se visse minha alma
pelos olhos" "Estou sim, só está meio quente aqui dentro " -
sorri nervosamente passando a mão na gola da camisa, tentando aumentar
de alguma forma o oxigênio que passava pelos meus pulmões, ficamos ali... nós
dois conversando por horas, como se estivéssemos entrado em transe e o salão
houvesse ficado vazio. Naquele momento entendi, eu havia conhecido o Amor da
minha vida! Entrei em pânico, não poderia estar sentindo tudo aquilo... meu
coração batia tão forte, que parecia que ia sair pela boca, minha respiração
tentava acompanhar ele... eu ofegava. Você percebeu que algo acontecia, porque
a cada instante que se aproximava de mim... eu erubescia, eu sentia seu perfume
entrando por minhas narinas e erubescia. Eu me sentia
despida diante de seu olhar, seus olhos me prendiam, magnéticos, hipnotizantes,
delicados. Eu estava entregue, vulnerável, completamente apaixonada. Saímos
daquele bar, nos despedimos e desde então, venho lhe amando secretamente, não
sei o seu nome verdadeiro, nem onde moras, a única coisa que eu sei realmente
sobre você é que seu perfume era a hipnose.
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