Não sou a escolha
correta, muito menos o mais fácil dos caminhos, sou um conjunto de
oportunidades ganhas e perdidas, sou a paciência ao ponto do desequilíbrio, sou
o amor engaiolado, a vida quase começando, sou a tentativa do pulo, a eminencia
do grito, sou o quase romance, o instante do beijo, sou o abraço reprimido a
saudade engasgada, sou a obstinação na eminencia do erro. Eu sou sua quase
vida. Sou o sucesso na beira do fracasso, o fracasso beirando o sucesso, sou
seu quase sonho, seu noivado, seu amigo. Sou o medo de mudar, a insegurança do
risco. Eu sou a covardia. A coragem no receio, a verdade mascarada pela
mentira, Sou o arrependimento do acerto, sou a magoa da traição. Eu sou a morte
repentina, o peito perdendo a alma, sou a lagrima se perdendo do choro, o
diafragma expulsando o soluço, o nó apertando a garganta, a confiança
resguardada, sou o que poderia ser todos os dias, mas ainda não o sou.